terça-feira, 26 de junho de 2012


Rio+20:apenas uma farsa publicitária
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A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, popularizada como Rio+20, e a exemplo de outras recentes cúpulas de viés ambientalista, não passa de uma forma de colonialismo.
Os países ricos, enquanto poluem o meio ambiente, destroem impiedosamente as florestas e causam a extinção de espécies animais, organizaram a reunião com a finalidade precípua de pressionar os países pobres para que estes se abstenham de utilizar os recursos naturais de seus territórios, a fim de proporcionar um padrão de consumo minimamente satisfatório às suas populações.
Muito aplaudido, o presidente boliviano Evo Morales, citando a sabedoria de Fidel Castro, declarou que “no sistema capitalista, não há como defender a natureza, pois, nesse regime, o objetivo principal da atividade econômica é o lucro, e a defesa da natureza implica necessariamente restrições ao lucro”.
Muito aplaudido, o presidente boliviano Evo Morales, citando a sabedoria de Fidel Castro, declarou que “no sistema capitalista, não há como defender a natureza, pois, nesse regime, o objetivo principal da atividade econômica é o lucro, e a defesa da natureza implica necessariamente restrições ao lucro”.
Com efeito, somente numa sociedade em que o objetivo seja o bem estar de todos torna-se possível adotar um padrão de consumo ajustado à preservação da natureza, pois, somente neste tipo de sociedade, existem condições objetivas para que se forme uma cultura de respeito à natureza.

Várias centenas de pessoas, impedidas de entrar no recinto da conferência, protestaram. Fizeram muito bem. Numa reunião esvaziada pela ausência dos chefes de Estado das nações mais desenvolvidas, o que se viu foi uma sucessão de discursos desconexos e contraditórios, que não significaram compromisso efetivo de preservação, por parte dos governos participantes. Aliás, nem sequer uma declaração conjunta foi possível, sem esvaziá-la de qualquer conteúdo prático.
O único mérito dessa farsa publicitária foi ter possibilitado que o discurso de Evo Morales fosse amplamente divulgado em todo o mundo.


domingo, 29 de abril de 2012

Governo boliviano cobra explicações do Itamaraty sobre invasão da Força Nacional no departamento de Pando, Bolívia.






 De acordo com o embaixador da Bolívia no Brasil, militares brasileiros estão expulsando colonos bolivianos estabelecidos na fronteira entre os 2 países, sob a alegação de que os trabalhadores bolivianos contrariam a Constituição brasileira. Os bolivianos estão estabelecidos há 30 anos em uma faixa de 20 km do limite territorial entre os dois países, no lado brasileiro. A Lei brasileira, mais dura que a boliviana, estabelece como faixa de fronteira, portanto área de segurança nacional, uma faixa interna com a extensão de 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional. No lado boliviano onde a faixa de fronteira não ultrapassa os 50 km (1/3 da faixa brasileira), não há registro de presença estrangeira. O governo federal brasileiro justificou a ação afirmando que um grande número de países possui um esquema de defesa nas faixas de fronteiras no continente e no mar, com intuito de proteger o território e conservar a soberania, além de evitar a entrada de contrabando, drogas, armas, imigrantes ilegais (caso em questão), entre outros. A nota assinada pela presidenta Dilma explica ainda que o governo brasileiro em nome das boas relações com o governo vizinho, ofereceu áreas de terra aos colonos bolivianos fora da faixa de fronteira e que o governo boliviano prometeu assentar os que quisessem retornar ao país de origem, mas muitos insistiram em permanecer na área, com o apoio de políticos bolivianos inescrupulosos que insistem em desrespeitar as leis brasileiras.Os colonos bolivianos condicionam a saída de terras brasileiras ao pagamento de uma indenização pelo desmatamento efetuado para a implantação de pastagens e formação de lavouras, assim como construções e outras "benfeitorias".
Em conversa com assessores a presidenta Dilma mostrou indignação pela invasão estrangeira em território nacional e disse que o Brasil não vai mais tolerar a interferência boliviana em questões internas do Brasil e que a prioridade são os brasileiros, "o Brasil é para brasileiros", completou. A mandatária brasileira afirmou ainda que os bolivianos são problema do governo deles. Se ultrapassaram a fronteira, em busca de condições de sobrevivência que não encontraram no país deles, é uma evidência de falha no gerenciamento das questões por parte do governo boliviano. Em outras palavras: "Quem pariu Mateus, que o embale"
 Os bolivianos pedem a intervenção do Comitê Internacional de Direitos Humanos por conta das humilhações que estão sendo vítimas por parte do exército brasileiro que os acusa de "cocaleiros" e mal trapilhos. Eles pedem celeridade na ação, informando que a área agricultável da Região de Santa Cruz de La Sierra, está praticamente toda em poder de brasileiros que a utilizam para o monocultivo de soja, em detrimento da economia boliviana, contaminando o solo e o lençol freático com agrotóxicos, mas a colônia brasileira estabelecida na Bolívia afirma estar contribuindo para o desenvolvimento do país com a geração de empregos: "Se não estivéssemos aqui esses índios continuariam a viver no atraso, quem sabe por quanto tempo",diz o exportador de soja paranaense, estabelecido em Santa Cruz há 10 anos.
O impasse na fronteira está levando a reações extremistas, como a dos comerciantes de Cobija que pedem o fechamento da fronteira para evitar as vendas para os brasileiros, que massacrados pelos altos impostos, buscam uma saída no comércio boliviano, onde encontram produtos brasileiros pela metade do preço praticado no Brasil. A medida teria consequências imediatas para as centenas de trabalhadores informais que por estarem a margem das políticas de Estado, sobrevivem da venda de bugigangas made in china, compradas na Bolívia e comercializadas nas ruas da capital Rio Branco.
Os brasileiros por sua vez reclamam da relação desigual e do preconceito dos bolivianos que recusam a exploração, ops! a cooperação das empresas brasileiras que tentam se apropriar dos recursos bolivianos para evitar que estes caiam em mãos erradas,no caso, bolivianas. "Não podemos mais aguentar tanto preconceito, os bolivianos recusam a nossa dominação econômica". Disse indignado o presidente de uma transnacional respaldado por uma overdose de desinformação praticada em favor do modelo vigente pelos meios de comunicação brasileiros.

 Se em vez de brasileiros ocupando ilegalmente terras na Bolívia, fossem bolivianos no Brasil, você apoiaria a expulsão? Direitos Humanos não tem bandeira, ou tem e ela é verde e amarela?



segunda-feira, 19 de março de 2012

Um Tributo à Domitila

 Mulheres políticas da América Latina


Domitila Barrios de Chungara, a ativista boliviana que lutou contra a opressão e o capitalismo (embora muitas vêzes isso não passe de redundância), perdeu a luta contra o câncer no dia 14 de março.
Foram 75 anos bem vividos: ela enfrentou e sobreviveu a quatro períodos de ditadura, fez greve de fome e ajudou a derrubar a ditadura de Hugo Bánzer. Foi exilada  com seus 7  filhos durante o governo de Luis Garcia Mesa. Durante o Massacre de São João, grávida de 8 meses, foi torturada e entrou em trabalho de parto. Perdeu o filho e o medo. Entendeu que a luta era seu destino, e se jogou nela de corpo e alma: "A raiva impulsiona, não paralisa", dizia ela.
Movida por essa raiva contra os exploradores de seu povo, ajudou a explodir bananas de dinamite nas ruas da Bolívia contra a privatização da água e do gás.
Fundou uma escola de formação política em Cochabamba, onde ensinava que a luta fundamental é a política.
Vítima de discriminação por ser mulher, enfrentou e venceu o preconceito afirmando sempre que  a discriminação contra a mulher tem um objetivo claramente  político. Filha e espôsa de mineiros, Domitila tinha orgulho de sua origem indígena e da classe, dizendo que com suas dinamites, o trabalhador mineiro boliviano ressurge sempre.
Não sei se o corpo de Domitila foi enterrado, ou cremado, nossos meios de comunicação (ou seriam veículos de despejo dos interesses capitalistas?), não informaram. Aliás, esperando uma informação sobre a morte de Domitila assisti parte do noticiário, mas desisti depois de contar 8 reportagens sobre os Estados Unidos que não tinham qualquer ressonância na América Latina. Exausto  pela overdose de Barbies não consegui esperar por uma mulher de carne, ossos e têmpera. O que me assusta é que ela some assim, sem qualquer menção, como se a luta dela não tivesse a cara de toda a América Latina. O que me conforta é que apesar dos esforços para que não vejamos nosso reflexo no espelho de Domitila, sua voz ainda ecoa nos sacudindo para a luta.
Faço minhas, as palavras dela:-"Tentaram apagar tudo esparramando as brasas e o que fizeram foi multiplicar o fogo.”















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sábado, 3 de março de 2012

PT/ PMDB: irmãos siameses


 Caciquismo e falta de democracia


Os episódios que marcaram a sexta-feira (02), não deixam margem para dúvidas. As práticas políticas dos dois maiores partidos do Brasil são exatamente as mesmas.

Sequestradas por interesses as siglas partidárias não passam de extensões das vontades dos donos.
O PMDB, velho baluarte da democracia nos anos de chumbo da ditadura militar há muito trocou a luta pelas liberdades pela prática da acomodação e lucro. O PT, de berço menos nobre, segundo a história oculta, que aponta o envolvimento do general Newton Cruz em sua idealização, cumpre sua função pré-determinada. 

Com a necessidade de abertura democrática e o temor dos militares de uma guinada à esquerda sob a liderança de Leonel Brizola, fazia-se mister criar uma força política que não oferecesse riscos à governança mundial. Pinçar uma liderança carismática entre os trabalhadores 

 e impedir que a força simbólica do PTB de Jango, deposto pelo golpe dos militares, caísse nas mãos de Brizola, viraram prioridade para os generais. A cooptação da sobrinha de Getúlio Vargas, Ivete Vargas, para assumir o PTB reivindicado pelo grande expoente vivo   Brizola, foram o golpe de mestre do ex-chefe do SNI (Serviço Nacional de Inteligência), general Newton Cruz.


 Dessa forma, os militares permitiram a "abertura" que lhes foi conveniente: garantindo a manutenção da expoliação internacional. As privatizações em curso não deixam margem para dúvidas, assim como os cortes de verbas para setores estratégicos como saúde e educação em cumprimento de determinações do FMI/ Banco Mundial de "honrar a dívida". 
Enquanto para pagamento de dívidas o governo faz Superávit Primário, o povo vive um eterno "Déficit Primário".

Pois esses dois partidos, aliados nacionalmente e opositores em âmbito local,  mostraram também aqui suas semelhanças. No mesmo dia e praticamente na mesma hora, PT e PMDB optaram por seguir aos mestres, em detrimento da democracia interna impondo respectivamente os recém chegados Marcus Alexandre e Fernando Melo.
Em ambos os casos, a farsa de uma discussão que apenas referendou a vontade dos donos, acima de tudo. Vitória de Pirro, caros! Apesar da estrábica visão política do comandante-em-chefe do PT, partido dono da FPA e da prática imperativa do proprietário do PMDB, mostrarem um desenho em preto-e-branco da frágil democracia brasileira, o povo enxerga cores. E cada vez mais as persegue
.O tempo dirá. 

               

sexta-feira, 2 de março de 2012

Falsos progressistas, rigorosos machistas



Ou os homens que “decididamente”, não amam as mulheres


A Frente Popular é machista! A afirmação que a princípio causa estranheza, quando analisada através da lupa da história adquire contornos mais nítidos.

Basta ver o processo de “neutralização” que sofreram as estrelas femininas da coligação ao longo dos anos.


Marina Silva, precisou sair do PT para ter um espaço que só o nome e a trajetória já garantiriam sem discussão.




À Naluh Gouveia só era permitido ser a eterna deputada estadual. Quando tentou disputar a indicação para tentar a prefeitura da capital, foi massacrada pelo mesmo grupo que ora descartou Perpétua Almeida.


Francisca Marinheiro, possívelmente a mais partidária das quatro, trocou a vida pública pelo trabalho de base religiosa.

Em todos esses anos o PT só teve uma vice: Regina Lino que era do PSDB.

O papel secundário designado às mulheres e o conservadorismo de uma coligação que se diz progressista fica ainda mais evidente quando se anuncia uma noiva para o candidato à prefeito.

Uma a uma todas as políticas (mulheres), da Frente Popular, foram sendo colocadas no “devido lugar”, em nome de uma unidade, que tem nome e sobrenome, e que apesar de escandalizar os raciocínios se veste de cordeiro para anunciar com olhar líquido que a Frente marcha unida, sem acrescentar que um pouco mais nua a cada passo e em direção ao abismo.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Entre “Canalhas” e “Estupradores”




        As vísceras expostas da política acreana

A briga entre o deputado major Rocha (PSDB), e o secretário de comunicação do governo, mostra que o principal órgão da política acreana é o fígado.
Os governistas que arrogam públicamente para si a defesa dos valores morais e éticos, nos bastidores praticam o que criticam em público. O que confirma a tese que as práticas políticas, separadas por siglas partidárias são os extremos que se tocam. O que nos leva à conclusão que esta complexa prática desafia até as leis da física.
O problema entre o secretário de comunicação do governo e o deputado tucano, começou logo que o primeiro tomou posse.
Com uma base de sustentação fraca e com baixos teores de combatividade, qualquer acusação contra o governo é superlativa.
Reforçar a defesa do governo era uma questão de prioridade absoluta e para tanto se fez necessário sacar um jornalista com extenso currículo de defesas impressas, para fazer o que toda a base aliada junta, não conseguia: conter a oposição.
Rosas, foi para o embate com Rocha após este levantar suspeitas sobre irregularidades na locação de veículos para o setor de comunicação do governo, pouco tempo depois de assumir a pasta. Rocha da tribuna da assembléia legislativa, Rosas via imprensa.
Quatro meses depois desse episódio o secretário de governo acusou um jornalista de incitar a revolta popular que levou à interdição da 4ª ponte, impedindo o acesso dos brincantes ao carnaval patrocinado com dinheiro público e informou ser o jornalista em questão, assessor do deputado Rocha. O fato de grande repercussão, por causa do uso de balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os manifestantes, necessitou de toda a força pensante do governo para esfumar os contornos dramáticos do episódio.
Rosas, de novo teve um papel fundamental, mas foi jogado às feras. Ora, se a base não consegue defender o governo, como defenderia um secretário?
Rocha usou da prerrogativa da imunidade da tribuna para acusar de "canalhas", os que haviam afirmado que a manifestação popular não passava de uma orquestração política.
Acuado, o secretário publicou uma nota acusando o deputado de estupro de menores e tortura.
Mas, a oposição não se bate tão somente com a situação.  As brigas uterinas por conta da disputa municipal envolvem a elaboração de um dossiê onde oposição ataca oposição enquanto a base aliada fareja possíveis dissidentes para cooptação, numa mistura complicada de política e adultério, literalmente.
 Que pena! Merecíamos mais seriedade.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O fato e o Gato




Espetacularização e meias verdades



Palavras vazias de conteúdo elucidativo e distorção intencional características da imprensa genuflexa continuam a fazer estragos em vidas humanas no Acre e a justificar interesses políticos. Raimundo Cavalcante Pereira, foi exposto, julgado, condenado e só não apareceu na foto de um cartaz de PROCURA-SE, porque a eficiência policial marcou pontos. Rapidamente a justiça decretou a prisão preventiva do rapaz "para garantia da ordem pública e social, que foi abalada em decorrência do pânico provocado pela ocorrência”.A imprensa para mostrar serviço,  justificou: "O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código  Penal Brasileiro. Diz o artigo: "Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel". E detalha o parágrafo 3º: "Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico”. A pena prevista para este crime varia de um a quatro anos de reclusão.Sim, Raimundo Cavalcante foi o homem que confessou ter feito a ligação clandestina (o gato), que vitimou o funcionário terceirizado do Deracre, Alan Felipe de Souza Marinho(19). Um jovem voluntário que entregava cestas básicas aos alagados, que resistiam em deixar suas casas.De acordo com testemunhas, Alan segurou no fio que conduzia energia para a casa de Raimundo. O que significa que os voluntários não foram orientados a tomar cuidados básicos de proteção. O que seria necessário tendo em vista os riscos e  a revolta contra o corte de energia na 06 de Agosto que já havia provocado inclusive um confronto com a polícia, dois dias antes, durante o qual os manifestantes foram rechaçados com balas de borracha e gás lacrimogêneo.Quem é Raimundo? Não se sabe! Por que ele disse que não podia ficar sem energia elétrica em casa? Ninguém explicou, ou deu chance a ele de explicar.Muitos atingidos pelas águas permaneceram em suas casas alagadas e sem luz para proteger pertences adquiridos com sacrifício ao longo da vida, porque se saíssem poderiam ser roubados como tantos. Eles não são simplesmente ranhetas.Nada disso diminui a culpa de Raimundo, na morte prematura de Alan, nem a dos interesses políticos que transformaram o primeiro num monstro e o segundo num anjo.Para os que atribuíram a interdição da ponte, via de acesso ao carnaval, à manipulação de políticos de oposição, a trágica morte do jovem Alan foi apresentada como a  vítima da orquestração política!O governo do estado publicou uma nota de pesar sobre a morte do voluntário. A oposição continua calada. A população permanece manipulada.Uma vida foi perdida, a outra estragada.Os cidadãos acreanos, sem elementos para exercer o raciocínio, continuam a ser os peões do jogo dominado pelos políticos a serviço de si próprios e do empresariado.Ao povo, uma vítima aqui, um algoz ali e o espetáculo noticioso. 
Lamentável!